VYšEHRAD a caminho de São Tomé e Príncipe

A mais recente obra de Hélio Bandeira será apresentada no arquipélago são-tomense

A Pena Real | Editorial procede à apresentação do livro, VYšEHRAD – A Ponte do Suicídio, ao público São-tomense, no dia 8 de Outubro de 2021, às 16h00. Com a apresentação de Abigail Tiny Cosme e Francisco Costa Alegre, o evento que conta ainda com Célsio Junqueira como orador, vai realizar-se na sala de conferências do Hotel Pestana.
Escrito por Hélio Bandeira e com a chancela da Edições Pena, o romance foi lançado em 2019 na sede da UCCLA em Lisboa e tem o prefácio de Abílio Bragança Neto. A obra foi recebida com bastante sucesso, entretanto, o surgimento da COVID-19 e as restrições daí resultantes comprometeram o processo natural de digressão da mesma. Assim, é com imensa satisfação que a Pena Real observa o relaxamento das referidas medidas e o retomar da referida digressão Tendo em conta que grande parte da trama acontece em São Tomé© e Príncipe, de onde o escritor Hélio Bandeira é também natural, a editora entende como prioritária esta apresentação. Já o autor considera que é assaz importante promover esse encontro entre o País da obra e o País real.

Sinopse

A necessidade económica, precedida de busca de uma formação académica em enfermagem, leva a Marta a migrar do interior de Liberac para a cidade de Praga. Sem precedentes lógicos, e ainda com a mocidade preservada, descobre que é seropositiva; O desespero causado pelo conhecimento daquele infortúnio levar-lhe-á, várias vezes, a engendrar um plano que visa render a sua alma ao criador, atirando-se da Ponte de Nusle – a conhecida e mítica Ponte do Suicídio, que se vê em perspectiva panorâmica a partir do miradouro de VYšEHRAD no distrito 1 da cidade de Paga. A última tentativa de suicídio é testemunhada e dissuadida pela chefe da catedral local – a madre Veronika Vidmarová -, quem acaba por oferecê-la a proa de uma vida monástica como refúgio ao seu estigma. Entretanto, a matriarca terá de usar os seus maiores artifícios para convencer o corpo episcopal a admitir a entrada de uma portadora de HIV para o noviciado – uma altura em que a ignorância sobre o maldito vírus custava um mundo.

No Convento de VYšEHRAD, servindo-se dos seus conhecimentos de enfermagem, agora na qualidade de freira-noviça, Marta aceita o desafio de embarcar para o arquipélago de São Tomé e Príncipe, como uma das voluntárias da OMS – uma aventura missionária liderada pelo cirurgião cardíaco e enófilo, Dr. William Harveys, inglês checo-descendente da família australiana Harveys, que tem grandes influências na indústria vínica do «novo mundo» naquelas ilhas do equador onde a beleza falaciosa da checa, de forma incómoda, abrirá o apetite ao sabor do pecado dos homens que lhe forem aproximar, onde o seu profissionalismo e humanismo farão magias e a sua doçura cativará o amor das crianças de São Tomé e Príncipe; e será ali onde Marta, não obstante a sua pele lívida, encontrará as respostas àquilo que nunca antes havia questionado, pelo menos não da forma como a realidade se imporá diante de si. À intricada situação entre o sacerdócio e o mundo maculado, acresce-se a “crispada relação” entre o médico e a enfermeira, que vão marcando a trajectória de uma vida ordinária feita por duas pessoas extraordinárias, retidas pela inocência e vítimas das suas próprias mentiras, neste enredo fascinante, irónico e bastante surpreendente, onde se encontra a constante presença de uma diversidade de sabores vínicos, do terroir alentejano ao oeste anglo-australiano. Neste caso, será redundante dizer-se que no vinho estará a verdade?!

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